Aventuras Secretas Extracasamento

Os casos isolados e as traidoras crónicas 

Segundo os estudos nesta área do comportamento, apenas 18 meses é o tempo médio de vida do estado de paixão entre pessoas que partilham o mesmo teto, ou seja, que estão sujeitas ao normal desgaste da rotina quotidiana de uma vida a dois. Vidas profissionais que impliquem viagens, frequentes ausências e um constante afastamento físico podem prolongar esse período um pouco mais, mas, feitas as contas, a paixão pode bem resumir-se a dois meros anos de vida, três, no máximo. E depois? Como sobrevive o amor sem paixão? Tão importante quanto isso, como sobrevive a vida sexual sem essa chama, sem esse apelo físico? Haverá amor sem atração? 

E depois da paixão? O que se segue? 

Quando se alcançam outras formas de entendimento afetivo, quando o carinho e o respeito perduram, os casais acabam por encontrar formas de se adaptarem à nova realidade, de se acomodarem aos aspetos positivos e de aceitarem que aquilo que os une é ainda demasiado importante, bom e satisfatório para ser descartado. No lugar da paixão ergue-se a intimidade. 

Em vez de desejo surge o carinho. O que é mais difícil de evitar do que a vontade de se divorciarem, porém, é o desejo por uma vida mais satisfatória, principalmente quando a autoestima deixa de ser estimulada e a vida sexual se impõe como frustrante. Esses são momentos de brecha, em que facilmente um terceiro elemento entra na equação, muitas vezes por ser ativamente procurado por parte do elemento mais infeliz da relação. Longe vão os dias em que apenas os homens arriscavam aventuras extracasamento, a fim de colmatar carências matrimoniais. Hoje, é sabido que também as mulheres procuram aventura, desafio, afeto e satisfação sexual e procuram-nos consciente e ativamente, inclusive sob a segurança e anonimato de sites de encontros como o Second Love. 

Novidade e transgressão 

Falta de comunicação, desgaste, quebra do entusiasmo sexual, crescimento oposto, aborrecimento, rotina… É extensa e variada a lista de fatores que justificam ou podem justificar a procura de um caso extraconjugal. Findo o estado de encantamento, próprio da fase inicial dos relacionamentos, as relações seguem para outros estádios, outros patamares, restruturando níveis na pirâmide dos afetos, passando a sobrevalorizar carinho, companheirismo, intimidade e parceria ao invés de paixão, desejo ou estímulo sexual. Este lado físico, todavia, é de estrema importância, mais ainda em indivíduos com comportamentos mais imaturos, mais necessitados de atenção e de se sentirem desejados, que privilegiam o permanente jogo da sedução, o qual é difícil de manter ao longo do casamento, até por envolver um certo desgaste, que só a novidade de um recente amante pode alimentar. No caso das mulheres que se sentem presas a uma relação pela desgastante rotina, novidade, transgressão e clandestinidade são condimentos que estimulam o seu interesse por aventuras secretas extracasamento e que mobilizam o seu desejo para outro parceiro. O que se torna tanto mais premente quanto mais longo é o casamento. Evidências científicas dão como provado que, contrariamente ao desejo masculino, o desejo sexual feminino é negativamente afetado pela duração do casamento. Isto é, quanto mais longa é uma relação, menos estimulante ela se apresenta para as mulheres e mais facilmente elas procuram satisfazer as suas necessidades recorrendo a um amante, a uma nova paixão. Assim, novidade, secretismo e transgressão são elementos estimulantes e a serem considerados nas razões femininas que conduzem à traição e apresentam-se tanto mais atrativos ao interesse sexual das mulheres quanto mais longo é o casamento que mantêm com o parceiro primário. 

A ocasião faz o… amante 

Muitas vezes, tudo se resume a uma feliz conjugação de fatores. Os olhares apaixonados de um colega, o desejo manifesto por um estranho, uma fase menos satisfatória no casamento, a necessidade de algo mais e um ego que se sente grato pela atenção alheia. Ingredientes mais 

do que suficientes para que mulheres mais determinadas e atrevidas, ou mais insatisfeitas, se aventurem para lá das paredes do casamento, atraídas pelo borbulhante sentimento da paixão, ou em busca de mero prazer sexual ou ainda de atenção. Muitas vezes é um caso isolado, uma vez sem exemplo, que permite perceber que a traição não é o caminho desejado e que permite valorizar a natureza e intensidade dos sentimentos que se mantêm pelo parceiro primário. É, ainda assim, uma aventura extramatrimonial importante e com um contributo significativo para a saúde do próprio casamento. Principalmente se essa traição acabar por forçar o diálogo dentro do casamento, ainda que o caso extraconjugal possa ou não ser exposto, fazendo com que ambos conversem frontalmente de frustrações e expectativas. Esse primeiro passo em falso fora do casamento pode até revelar-se benéfico para o casal, que, em conjunto, procurará ativamente respostas satisfatórias para os seus problemas. Sim, porque uma traição não é apenas uma traição, ela é sempre parte da história de um casamento menos bem conseguido. Um ou dois, já que ambos os amantes podem manter os seus casamentos paralelamente. 

Viciadas no desejo 

O que começa como uma aventura secreta extracasamento, um caso esporádico, fruto de um impulso e desejo incontroláveis, acaba por abrir caminho a uma vida de aventuras mil. Muitas mulheres acabam viciadas na fase da conquista, tornam-se dependentes da adrenalina e do 

estímulo inicial que torna tão gratificante cada nova relação, cada novo amante. Ser desejada e cortejada passa a ser um ‘alimento’ necessário e desejado, o qual se procura uma e outra vez. Nesses casos, torna-se claro que o sentimento que mantém o casamento firme e seguro é ainda forte e inquestionável, já que, segundo estudos, as mulheres, mais do que os homens, partem facilmente para o divórcio quando percebem que se apaixonaram pelo amante. 

Ao cabo de alguns casos extraconjugais, muitas mulheres percebem que os mesmos elementos que interferiram na plena realização sexual ou afetiva no casamento, podem igualmente ser prejudiciais aos casos extraconjugais, pelo que não estão interessadas em pôr fim a um casamento com um homem que amam e com quem se sentem bem noutras esferas do relacionamento. Percebem ainda que o empolgamento inicial não se prolonga para lá do prazo normal de validade desses primeiros tempos de paixão e que, se pretendem sentir essa adrenalina, a solução passa por iniciarem uma nova aventura. Uma busca que se torna viciante. 

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